Home to the largest number of people of African descent outside of the African continent, Salvador has been called “Black Rome,” “the cradle of Afro-Brazilian culture in Brazil,” or “the Blackest city outside of Africa.” Over generations, the city’s ties to Africa have been consistently asserted through the sphere of arts and culture.
This conversation will critically engage where, how, and through which modes Afro-Brazilian visual culture and intellectual discourse have been generated and circulated in Bahia and beyond. Lyric singer and choreographer Inaicyra Falcão will unpack the material and spiritual stakes of engaging Black aesthetic thought as form and substance in the performing arts in Brazil. Editor and photographer Arlete Soares will discuss the history and legacy of Editora Corrupio, the first publishing house in Brazil dedicated to Black arts and culture—which she founded in 1979.
Oluremi C. Onabanjo, MoMA’s Peter Schub Curator of Photography, will moderate the discussion.
This program is developed as part of Onabanjo’s 2023 Research Grant for MoMA and MoMA PS1 curators, supported by the Cisneros Institute.
The session will be in Portuguese with simultaneous English translation.
Speakers
Inaicyra Falcão is a lyric singer, choreographer, and researcher of Afro-Brazilian traditions in the performing arts. She has taught in the Department of Theatrical Arts at the University of Ibadan in Nigeria and in the Department of Corporal Arts at the State University of Campinas – Unicamp, Brazil. Featured in the 35th São Paulo Bienal, Falcão’s project Tokunbo: Sons entre Mars took the form of a record, sound installation, and performance piece that explored the states and sounds of the African diaspora between Brazil and West Africa. In 2017, Falcão published Body and Ancestrality: A Multicultural Proposal of Dance, Art, and Education, a key theoretical reference for studies on this subject, employing a creative methodology in order to deconstruct how multicultural experience constructs individual identities. Her 2000 record Okan Awa is an aesthetic recreation of sacred Candomblé poems and songs that pays homage to the centenary of her grandmother, Maria Bibiana do Espírito Santo, the Iyalorixá Mãe Senhora, a pivotal figure in the Candomblé tradition in Brazil.
Arlete Soares is a photographer and editor, Baiana de Valença, Aquarian and daughter of Iemanjá. She moved to Salvador as a child and graduated in pedagogy. She left Brazil during the military regime and went to study psychology in Paris, where she began photographing as an amateur in 1968, amid the counterculture. She then abandoned academia to dedicate herself to photography. Back in Salvador da Bahia, in 1972, she founded the group ZAZ – Design and Photography. In 1979, Soares founded Editora Corrupio, the first Brazilian publishing house dedicated to producing books about Black arts and culture. She was also one of the founders of Casa do Benin, in Salvador (Brazil), and Casa do Brasil, in Ouidah (Benin). The author of five photobooks and a number of publications, Soares is the oldest active photographer in Salvador da Bahia. She is currently dedicating her time organizing her collection of around 70,000 photographs, books, and art objects, spanning more than half a century across different parts of the world.
Oluremi C. Onabanjo has organized the exhibitions Projects: Ming Smith (2023) and New Photography 2023 (2023), and is deeply involved in the ongoing reinstallation of the Museum’s collection as cochair of the Early Modern Working Group. Onabanjo is a 2024 Center for Curatorial Leadership Fellow, and was the 2023 recipient of the Cisneros Institute Curatorial Research Grant for MoMA and MoMA PS1 curators. Her research engages Black feminist histories of photography across Africa and the African diaspora, resulting in key acquisitions for MoMA’s collection and contributions to its ongoing program.
Movimento e Mito: a Bahia e o Atlântico Negro
Uma Conversa com Inaicyra Falcão e Arlete Soares
Lar do maior número de pessoas de ascendência africana fora do continente africano, Salvador tem sido chamada de “Roma Negra”, “o Berço da Cultura Afro-Brasileira no Brasil” ou “a Cidade Mais Negra fora da África”. Ao longo de gerações, os laços da cidade com África têm sido consistentemente afirmados através da esfera das artes e da cultura.
Esta conversa abordará criticamente onde, como e através de quais modos a cultura visual e o discurso intelectual afro-brasileiro foram gerados e circulados na Bahia e além. A cantora lírica e coreógrafa Inaicyra Falcão irá desvendar os desafios materiais e espirituais do envolvimento do pensamento estético negro como forma e substância nas artes cênicas no Brasil. A editora e fotógrafa Arlete Soares discutirá a história e o legado da Editora Corrupio, a primeira editora do Brasil dedicada às artes e cultura negra – fundada por ela em 1979.
Oluremi C. Onabanjo, curadora de fotografia Peter Schub do Museu de Arte Moderna moderará a conversa.
Esse programa é desenvolvido como parte da bolsa de pesquisa curatorial do Instituto Cisneros para curadores do MoMA e do MoMA PS1 da Onabanjo apoiada pelo Instituto Cisneros.
A sessão será em portugues, com tradução simultânea em inglês.
Apresentadoras
Inaicyra Falcão é cantora lírica, coreógrafa e pesquisadora das tradições afro-brasileiras nas artes cênicas. Lecionou no Departamento de Artes Teatrais da Universidade de Ibadan na Nigéria e no Departamento de Artes Corporais da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Brasil. Apresentado na 35ª Bienal de São Paulo, o projeto de Falcão, Tokunbo: Sons entre Mars, assumiu a forma de disco, instalação sonora e peça performática que explorou os estados e sons da diáspora africana entre o Brasil e a África Ocidental. Em 2017, Falcão publicou Corpo e Ancestralidade: Uma Proposta Multicultural de Dança, Arte e Educação, uma referência teórica fundamental para estudos sobre o assunto, empregando uma metodologia criativa para desconstruir como a experiência multicultural constrói identidades individuais. Seu disco de 2000, Okan Awa, é uma recriação estética de poemas e canções sagradas do Candomblé que homenageia o centenário de sua avó, Maria Bibiana do Espírito Santo, a Iyalorixá Mãe Senhora, figura central da tradição Candomblé no Brasil.
Arlete Soares é fotógrafa e editora. Baiana de Valença, aquariana e filha de Iemanjá. Mudou-se para Salvador ainda criança e formou-se em pedagogia. Deixou o Brasil durante o regime militar e foi estudar psicologia em Paris, onde começou a fotografar como amadora em 1968, em meio à contracultura. Em seguida, abandonou a academia para se dedicar à fotografia. De volta a Salvador da Bahia, em 1972, fundou o grupo ZAZ – Design e Fotografia. Em 1979, Soares fundou a Editora Corrupio—a primeira editora brasileira a publicar livros sobre culturas negras. Também, ela foi uma das fundadoras da Casa do Benin, em Salvador, e da Casa do Brasil, em Uidá. Autora de cinco livros de fotografia, e muitas publicações, Arlete é a mais velha fotógrafa em atividade em Salvador da Bahia. Agora ela se dedica à organização de seu acervo de cerca de 70 mil fotógrafos, livros e objetos de arte, que atravessam mais de meio século, em diversas partes do mundo.
Oluremi C. Onabanjo é curadora de fotografia Peter Schub do Museu de Arte Moderna. No MoMA, ela organizou as exposições Projects: Ming Smith (2023) e New Photography 2023 (2023), e está envolvida na reinstalação contínua da coleção do Museu como co-presidente do Early Modern Working Group. Onabanjo é bolsista do Center for Curatorial Leadership em 2024 e recebeu em 2023 a bolsa de pesquisa curatorial do Instituto Cisneros para curadores do MoMA e do MoMA PS1. A pesquisa dela envolve histórias feministas negras da fotografia em toda a África e na diáspora africana, resultando em aquisições importantes para a coleção do MoMA e contribuições para o programa do Museu.