Lygia Clark: The Abandonment of Art, 1948–1988

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Lygia Clark. _Pedra e ar (Stone and Air)_. 1966

Lygia Clark. Pedra e ar (Stone and Air). 1966

Stone and plastic bag
Variable dimensions
Courtesy Associação Cultural “O Mundo de Lygia Clark”

Narrador: Lygia Clark criou seus “objetos sensoriais” a partir de materiais ordinários, encontrados nas ruas e lojas do Rio de Janeiro. Connie Butler:

Connie Butler: : Respire Comigo por exemplo, é feito de um tubo de ar antigo usado por mergulhadores na época. E ela começa a extrair esse tipo de objetos do dia a dia, como uma forma de expressar suas ideias sobre o corpo e sobre a participação do espectador.

Narrador: Lygia descreveu a obra desta forma: “Quando ativada perto do ouvido, essa mangueira de borracha proporciona uma medida da respiração do corpo, revelando o próprio pulmão vivo. Quando nos tornamos conscientes do ritmo do corpo não o esquecemos rapidamente."

Sua própria respiração ecoa a mesma da "respiração" do tubo conforme você a ativa. Trabalhos como esse podem ser compreendidos no contexto da extrema repressão política do Brasil durante os anos sessenta e setenta.

Connie Butler: : É um tempo em que colegas e amigos de Lygia Clark e pessoas em geral estão sendo encarceradas, estão desaparecendo, onde corpos sob repressão, sob vários tipos de supressão e manipulação, eram parte da experiência das notícias, diárias e do dia-a-dia. Portanto, de alguma maneira, podemos entender Respire Comigo, como uma experiência da respiração para dentro e fora – a simples atividade do corpo humano –, mas também de constrição e liberação.